Sábado, Dia de Descanso e Adoração

O sábado sagrado da Bíblia, o sétimo dia da semana, é tempo sagrado, um dom de Deus para todas as pessoas, instituído na criação, afirmado nos dez mandamentos e reafirmado no ensino e exemplo de Jesus e dos apóstolos.

Denominações sabatistas observam o sétimo dia de cada semana como um tempo sagrado a Deus, em conformidade com o quarto mandamento do Decálogo (Êxodo 20:8-11). Contudo, nos últimos anos, algumas pessoas têm promovido a ideia de que o sétimo dia está sendo observado nos dias errados, e que deveríamos observar o “Sábado lunar”. Se o tempo do Sábado fosse regido pelo ciclo da Lua, então o Sábado deveria ser observado em dias diferentes durante o mês, e não no sétimo dia de cada semana. 

O Culto ao Sol e a Guarda do Domingo

PERGUNTA

A adoração ao Sol com seu dia de culto no Domingo influenciou a adoção cristã do Domingo como o novo dia de adoração?

RESPOSTA

A popularidade da adoração ao Sol com seu dia de culto influenciou significativamente a adoção cristã do Domingo como o novo dia de adoração.

Durante o período da Reforma Protestante, houve um grupo de cristãos que seguiu as implicações lógicas da visão Calvinista de unidade entre os dois Testamentos, aceitando e promovendo a observância do Sábado do sétimo dia como uma ordenança da criação para todos os tempos e pessoas. Nós os chamaremos de “Sabatarianos”, um nome frequentemente dado a eles por seus oponentes.

Em Mateus 24 Jesus está respondendo perguntas dos apóstolos, a respeito de Sua segunda vinda e da destruição de Jerusalém nas mãos dos romanos, nas Guerras Judaicas entre 66 e 70 d.C. (Mateus 24:1-3). No versículo 20 desse capítulo, Jesus admoesta:

E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado;

Mateus 24:20

Nota do Tradutor: No período em que o Sol está oculto abaixo do horizonte, os guardadores do Sábado que habitam no Extremo Norte do planeta realizam a contagem do sétimo dia de meio-dia de sexta-feira ao meio-dia de Sábado, período correspondente ao pôr-do-Sol na região ártica durante o inverno. Nos dias de verão, em que não há pôr do sol, quando ele alcança o zênite (o ponto mais alto em seu aparente caminho circular no Céu), os habitantes de além do círculo ártico sabem que é meio-dia. Quando o Sol chega ao nadir (o ponto mais baixo no aparente caminho circular no Céu), nos dias de verão, eles sabem que é meia-noite. Este ponto mais baixo no aparente circuito solar é denominado ponto do norte, correspondendo ao pôr do Sol. Daí, os habitantes de além círculo ártico, observam no verão o sétimo dia de meia-noite de sexta-feira até meia-noite de Sábado. No artigo a seguir, Samuelle Bacchiocchi apresenta uma outra possibilidade de contagem. Nenhuma dessas visões representa necessariamente uma posição oficial da Igreja Batista do Sétimo Dia.

Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.

Colossenses 2:16-17 [1]

Colossenses 2:16-17 é uma das passagens do Novo Testamento mais difíceis de se interpretar. É também a passagem mais frequentemente usada contra a observância do Sábado. Walter Martin, um crítico do Sábado, escreveu: “À luz somente desta Escritura, eu afirmo que o argumento para a observância do Sábado desmorona.” [2] A noção de Martin de que uma doutrina bíblica pode entrar em colapso com base em um único texto é problemática. As doutrinas devem ser estabelecidas ou negadas em um estudo cuidadoso de tudo o que a Bíblia ensina sobre um determinado assunto, não em textos individuais. De qualquer forma, Colossenses 2:16-17 apresenta desafios exegéticos que, como sabatistas, precisamos enfrentar.

Há quem considere um dia mais sagrado que outro; há quem considere iguais todos os dias. Cada um deve estar plenamente convicto em sua própria mente. Aquele que considera um dia como especial, para o Senhor assim o faz. Aquele que come carne, come para o Senhor, pois dá graças a Deus; e aquele que se abstém, para o Senhor se abstém, e dá graças a Deus.

Romanos 14:5-6

O que Paulo quis dizer no texto acima, endereçado aos cristãos de Roma? Muitos citam esses versos como evidência de que os cristãos não estão mais sob a obrigação de guardar o Sábado, conforme ordenado por Deus no quarto mandamento (Êxodo 20:8-11). Argumenta-se que a questão do dia que guardamos (ou não) para Cristo não é de tanta importância; cada um deve estar bem firmado em sua opinião e não julgar quem pensa diferente. Será isso o que o apóstolo realmente quis dizer? 

Não! Iremos analisar dois pontos de vista possíveis sobre o significado do texto de Romanos 14:5-6.

Os primeiros Valdenses foram membros de um movimento de reforma na Europa, especificamente nas regiões alpinas da Espanha, França e Itália, durante a alta Idade Média. Considerados precursores da Reforma Protestante por vários historiadores [1], os Valdenses enfatizaram a importância de aderir estritamente aos ensinamentos da Bíblia como a única regra de fé.

Atos dos Apóstolos 20:7 afirma:

E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e prolongou a prática até à meia-noite.

Atos dos Apóstolos 20:7

Alega-se, a partir desse versículo, que a igreja cristã primitiva reunia-se no Domingo para estudar a Palavra de Deus e celebrar a santa ceia, em substituição ao Sábado do quarto mandamento (Êxodo 20:8-11). Será que o texto realmente afirma isso?