Milhões de judeus em todo o mundo celebram anualmente o "Yom Kippur" (o "Dia da Expiação"). Essa celebração, um "shabbat shabbaton" ("sábado de descanso solene"), ordenada por Deus ao povo de Israel através do profeta Moisés (Levítico 16, Levítico 23:26-33), representava uma ocasião em que o Senhor, por Sua própria iniciativa, "passava a borracha" sobre os pecados de Israel, trazendo restauração ao relacionamento espiritual rompido pelas transgressões do povo (Isaías 59:2). Era um tempo de arrependimento, confissão das faltas e perdão nacional. Uma "anistia" geral, permitindo um novo começo do zero a todos. Cada "Yom Kippur" no Antigo Testamento olhava profeticamente para o futuro, para o dia em que segundo o profeta Zacarias, Deus tiraria o pecado de toda a Terra (Zacarias 3:9): o dia da morte de Jesus e o início de Seu ministério a nosso favor no céu.

As roupas do sumo-sacerdote judeu eram esplenderosas, com cores reluzentes e um peitoral de pedras preciosas, verdadeira "glória e ornamento" (Êxodo 28:2). Mas no Dia da Expiação, tais vestes eram deixadas de lado, e o sumo-sacerdote vestia-se com roupas simples de linho branco (Levítico 16:4). Da mesma forma, "o Senhor Jesus Cristo, sendo rico, por causa de vós se fez pobre" (2 Coríntios 8:9). Cristo, "embora sendo Deus", "esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens" (Filipenses 2:6-8).

Dois bodes eram escolhidos - um para ser sacrificado e outro para ser solto no deserto, para nunca mais ser visto. O bode sacrificado apontava para a crucificação de Jesus, na qual "ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades" (Isaías 53:5). O sumo-sacerdote colocava as mãos sobre a cabeça do bode vivo, confessando e transferindo simbolicamente os pecados da nação, antes que o animal desaparecesse para sempre. Isso era uma representação do efeito de levar embora, definitivamente, os pecados de Israel, e simbolizava que Cristo haveria de afastar para sempre os nossos pecados. "Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões." (Salmos 103:12) "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus." (Romanos 8:1)

Com o sangue do bode sacrificado, o sumo-sacerdote entrava no Lugar Santíssimo, o recinto mais sagrado do Templo (essa era a única ocasião do ano em que esse acesso era permitido). O sangue era então aspergido sobre a arca da aliança, onde estavam armazenadas as tábuas de pedra contendo os Dez Mandamentos (Ex 20). A Lei Moral de Deus que havia sido pisada pelo povo estava assim vindicada de sua violação. Da mesma forma, "Cristo se tornou o Sumo-Sacerdote de todos os benefícios agora presentes. Ele entrou naquele tabernáculo maior e mais perfeito no céu, que não foi feito por mãos humanas nem faz parte deste mundo criado. Com seu próprio sangue, e não com o sangue de bodes e bezerros, entrou no Lugar Santíssimo de uma vez por todas e garantiu redenção eterna." (Hebreus 9:11-13, NVT)

Por causa de Jesus, podemos desfrutar um novo relacionamento com Deus, termos paz e esperança de vida eterna. Não há mais necessidade de celebrarmos o "Yom Kippur", pois este (assim como todas as demais festas judaicas) apontava para o Messias que redimiria a todos os que o aceitassem, através da fé em seu sangue. "... aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus." (João 1:12) Sejamos gratos a Deus por isso!

 

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