Em Mateus 24 Jesus está respondendo perguntas dos apóstolos, a respeito de Sua segunda vinda e da destruição de Jerusalém nas mãos dos romanos, nas Guerras Judaicas entre 66 e 70 d.C. (Mateus 24:1-3). No versículo 20 desse capítulo, Jesus admoesta:
E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado;
Mateus 24:20
O que esse texto significa? Embora alguns comentaristas bíblicos sugiram que a orientação de Jesus se deva especialmente às dificuldades para se conseguir sair de Jerusalém em um dia de Sábado, outros interpretam esse texto no sentido da previsão de uma observância continuada do quarto mandamento (Êxodo 20:8-11) pelos discípulos de Jesus.
O Ellicott’s Commentary for English Readers declara: “Vivendo como os cristãos de Judéia viviam na estrita observância da Lei, eles seriam impedidos por seus próprios escrúpulos de ir além da jornada de um dia de Sábado (cerca de uma milha inglesa).”
Segundo o comentário de John Gill, John Gill’s Exposition on the Whole Bible: “E a razão pela qual nosso Senhor os fez orar, para que a fuga deles não fosse no dia do Sábado, foi porque Ele sabia que [...] particularmente os judeus de Jerusalém, eram todos afeiçoados à lei de Moisés e escrupulosos em violar qualquer parte dela, e especialmente a do Sábado. Veja Atos dos Apóstolos 21:20.”
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Evidências da Observância do Sábado no Cristianismo Primitivo A obra The Cambridge Bible for Schools and Colleges infere, a partir desse texto, que “Provavelmente, os primeiros cristãos observaram o Sábado e o dia do Senhor.”
O teólogo puritano Jonathan Edwards comentou sobre esse texto:
“Temos em Mateus 24:20 um argumento adicional para a perpetuidade do Sábado: ‘Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no Sábado’. Cristo está, aqui, falando do fuga dos Apóstolos e dos outros Cristãos de Jerusalém e da Judeia, na iminência de sua destruição final, como é manifesto pelo contexto, especialmente pelos verso 16: ‘então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes’; mas esta destruição final de Jerusalém foi posterior à dissolução da lei Judaica, e após o estabelecimento da dispensação Cristã. Porém, está claramente implícito nestas palavras de nosso Senhor que, mesmo então, os Cristãos estavam obrigados a uma estrita observância do Sábado.”
Segundo Gnomon of the New Testament, de J. A. Bengel, a oração indicada por Jesus deveria ser feita “não porque seria ilegal fugir ou carregar cargas no dia de Sábado, especialmente para os cristãos, mas porque seria particularmente infeliz naquele dia, que é dado à alegria, romper os ritos do culto religioso e ter de fugir.”
Para o pastor Batista do Sétimo Dia Lester G. Osborn, em seu estudo “Sábado: Santo Dia de Deus”, “evidentemente [Jesus] esperava que os seus seguidores continuassem a observar o sábado no futuro, quer o texto se refira à destruição de Jerusalém ou ao fim dos tempos.”
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