Texto de Estudo

Efésios 2:1:

1 E VOS vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados,

 

INTRODUÇÃO

O primeiro capítulo da carta aos Efésios acentua o amplo alcance do plano de Deus, o qual inclui o Universo todo e se estende de eternidade a eternidade. O capítulo dois mostra a historificação desse plano na vida de seu povo, por meio da ressurreição espiritual dos cristãos.  Paulo aborda nossa posição em Cristo. Fomos tirados da sepultura e conduzidos ao trono. Paulo, primeiro, sonda as profundezas do pessimismo acerca do homem e, depois, sobe às alturas do otimismo acerca de Deus.

O que Paulo faz em nosso texto de estudo é pintar um contraste vívido entre o que o homem é por natureza e o que pode vir a ser mediante a graça de Deus. As duas ideias dominantes são “Estando vós mortos” (v. 1) e “Ele [Deus] vos deu vida” (vv. 4,5). O parágrafo todo é uma espécie de biografia espiritual contando como eram os destinatários da carta de Paulo antes de conhecer o evangelho de Cristo (2:1-3), o que vieram a ser “em Cristo Jesus” (2:4-6) e qual o propósito de Deus em realizar tão extraordinária transformação (2:7-10). 

Paulo, portanto,  destaca alguns pontos importantes na trajetória de vida dos cristãos de Éfeso, a começar pelo passado e avançando para o presente e futuro de suas vidas, mostrando desta forma a atuação progressiva da graça de Deus nas suas vidas. Vejamos:

 

A CONDIÇÃO DO HOMEM SEM DEUS

Paulo destaca pelo menos cinco verdades terríveis sobre os seres humanos não regenerados.

1. Estão mortos em nossos delitos e pecados. “Ele vos deu vida, estando vós mortos nas vossas transgressões e pecados.” Antes de argumentar o sentido dessa morte espiritual, deixe-me explicar o que ela não é. Ela não quer dizer que o homem que está morto em seus pecados não possa fazer coisas boas. O indivíduo não regenerado pode levar uma vida moralmente aprovada, civilmente decente e familiarmente responsável. Uma pessoa não regenerada pode ser um bom cidadão, um bom pai, uma boa mãe, um bom filho. Os pecadores podem fazer o bem àqueles que lhes fazem bem (Lucas 6:33). Às vezes, os bárbaros revelam “muita bondade” (Atos dos Apóstolos 28:2). Portanto, o que quer dizer a expressão “Mortos nas vossas transgressões e pecados”? É claro que Paulo está falando de uma morte espiritual. Antes de Cristo, o homem está vivo para as atrações do pecado, mas morto para Deus. O homem é incapaz de entender e apreciar as coisas espirituais. Ele não possui vida espiritual nem pode fazer nada que possa agradar a Deus. Da mesma maneira que a pessoa morta fisicamente não responde a estímulos físicos, também a pessoa morta espiritualmente é incapaz de responder a estímulos espirituais.  

Assim como uma pessoa fisicamente morta não reage a estímulos aplicados ao corpo, também a pessoa espiritualmente morta não consegue reagir às coisas espirituais. Um cadáver não é capaz de ouvir as conversas que se passam no velório. Não tem fome nem sede; não sente dor; está morto. O mesmo se aplica ao ser interior do não salvo. Suas faculdades espirituais não funcionam e não podem funcionar, enquanto Deus não lhe der vida. Essa pessoa não é capaz de entender nem de apreciar as coisas espirituais. Não possui qualquer vida espiritual e, por si mesma, não é capaz de fazer coisa alguma agradável a Deus. 

A causa da morte são as transgressões e os pecados. A palavra grega paraptoma, “transgressão”, quer dizer queda, dar um passo em falso que envolve ultrapassar uma fronteira conhecida ou desviar do caminho certo. Já a palavra grega hamartia, “pecado”, quer dizer errar o alvo, ou seja, ficar aquém de um padrão. Pecado é não chegar a ser o que deveria ou poderia ser.  Para ilustrar esse “errar o alvo”, Russell Shedd usa a história de dois caçadores que estão à procura de um coelho mas matam um ao outro em vez de ao coelho. A intenção é completamente contrariada, frustrada; isso é o pecado.  William Barclay acertadamente diz que, no Novo Testamento, hamartia não descreve um ato definido de pecado, mas um estado de pecado, do qual dimanam as ações pecaminosas.  Juntas, as duas palavras paraptoma e hamartia abrangem os aspectos positivo e negativo, ou ativo e passivo, do mau procedimento do homem, ou seja, os pecados de comissão e omissão. O homem sem Deus é tanto rebelde como fracassado. Como resultado disso, estão mortos. 

É importante ressaltar que o incrédulo não está apenas doente; ele está morto. Ele não necessita apenas de restauração, mas de ressurreição. Não basta uma reforma; ele precisa nascer de novo. O mundo é um grande cemitério cheio de pessoas mortas espiritualmente.  Embora elas estejam vivas fisicamente, estão desprovidas de vida espiritual. Embora estejam em plena atividade mental, estão completamente mortas espiritualmente.

2. Seguem o curso deste mundo. A humanidade sem Deus está condicionada a uma peregrinação sem destino certo. Está sob o domínio do espírito do mundo e anda segundo a vida deste mundo, isto é, se conforma com a corrente da vida pecaminosa deste mundo. A expressão "segundo o curso deste mundo" aparece com um sentido mais claro em outras traduções, como "seguindo o espírito deste mundo". Esta segunda expressão nos dá a ideia do mundo como inimigo de Deus, isto é, não o mundo físico, mas o mundo como sistema espiritual satânico.

A palavra "mundo" no grego é kosmos, que significa sistema de coisas, ou governo. Em relação ao mundo influenciado pelos poderes satânicos, caracteriza os homens inconversos sob o seu domínio. A palavra "curso" dá o sentido de sistema no original grego. Por outro lado, quando lemos "segundo o curso deste mundo", o apóstolo quer fazer-nos entender como sendo o conjunto de ideias e de tendências que marcam cada época da história do homem. Também a influência do século sobre a vida dos homens representa "o mundo" em suas manifestações práticas. Outro sentido da palavra "curso" é carreira, ou seja, a manifestação do sistema satânico ("mundo") sobre a vida dos homens que seguem seu próprio caminho. A sequência do verso 2 mostra a força que impele a manifestação do mal, quando afirma que "o curso deste mundo [segue] segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência". Logo, entendemos que existe um causador da manifestação do mal, e esse é o diabo, identificado como "o príncipe das potestades do ar", e como "o espírito da desobediência" operando nos homens inconversos (Colossenses 3:6). Sua missão é a de subjugar os homens e insurgi-los contra Deus através da desobediência, que é uma forma de rebelião contra o Senhor e Criador do homem. Todas as formas contrárias ao "espírito da desobediência" glorificam a Deus; por isso, Satanás usa seus aliados (espíritos caídos) para impelirem as almas humanas à satisfação da carne, com o fim de impedir que elas comunguem com Deus. A atuação do poder do pecado é detida pelo poder da obra redentora de Cristo. 

3. São controlados pelos poderes malignos. O diabo é o patrono dos desobedientes. Ele rebelou-se contra Deus e deseja que os homens também desobedeçam a Deus. Ele tentou Eva no Éden com a mentira e levou nossos pais à desobediência. O diabo é um inimigo invisível, porém real. Ele não dorme nem tira férias. Ele é violento como um dragão e venenoso como uma serpente. Ele ruge como leão e se apresenta travestido até de anjo de luz. Não podemos subestimar seus desígnios; antes, devemos nos acautelar, sabendo que esse arqui-inimigo veio para roubar, matar e destruir.

O diabo é "o espírito que agora atua nos filhos da desobediência", isso não significa que Satanás opere pessoalmente na vida de cada indivíduo não salvo, uma vez que ele é um ser criado e limitado pelo espaço. Ao contrário de Deus, que é onipresente, Satanás não pode estar em todo lugar ao mesmo tempo. Mas, por meio de seus ajudantes, os demônios (Efésios 6:11 12), e de seu poder sobre o sistema deste mundo (João 12:31), Satanás influencia a vida de todos os não salvos e também procura influenciar a vida dos cristãos. Ele deseja tornar todos "filhos da desobediência" (Efésios 2:2; 5:6). Ele próprio foi desobediente a Deus e quer que outros também o sejam. 

4. Vivem para satisfazer os desejos da carne. É um quadro da vida humana controlada por uma prontidão para o pecado, por uma natureza inclinada ao pecado, respondendo aos “desejos” degradados e à vontade da carne. Essa é a vida do homem sem a graça de Deus, em Cristo. Ela está corrompida. É uma vida vivida nos prazeres da carne. A fonte do mal dentro do pecador está em sua natureza pecaminosa. É essa natureza pecaminosa que obriga ou subjuga a vontade do homem a obedecer às "inclinações da carne". O termo "carne" aqui denota o ser moral do homem dominado pelo pecado. Os apetites da nossa carne (corpo) física, sob o domínio das concupiscências, somente são satisfeitas mediante a busca e realização desses desejos. A carne física é inconsciente, e o que a torna pecaminosa e desequilibrada são os desejos da natureza pecaminosa dominante. O homem em seu estado natural vive segundo os desejos da carne. Esses desejos, alimentados no interior, transformam-se em vontade, e essa vontade, sob o domínio da natureza pecaminosa, torna-se "vontade da carne e dos pensamentos". O pecador não consegue dominar esses desejos da carne e dos pensamentos, senão pelo Espírito Santo e depois da obra de regeneração (Gálatas 5:16-18). O homem não convertido vive para agradar a vontade da carne e os desejos do pensamento. Suas ações são pecaminosas porque seus desejos são pecaminosos. O homem é escravo do pecado. Ele anda com o pescoço na coleira do diabo e no cabresto do pecado. 

5. Estão condenados por Deus. Por sua natureza, filhos da ira! Por suas obras, filhos da desobediência! O não salvo já está condenado (João 3:18). A sentença foi declarada, mas Deus, em sua misericórdia, está adiando a execução dessa sentença (2 Pedro 3:810). À parte de Cristo, o homem está morto por causa do pecado, escravizado pelo mundo, pela carne e pelo diabo, além de condenado sob a ira de Deus.112 A ira de Deus é sua reação pessoal frente a qualquer pecado, qualquer rebelião contra ele.113 É sua santa repulsa a tudo aquilo que conspira contra sua santidade. A ira de Deus não é apenas para esta vida, mas também para a era vindoura. Aqueles que vivem debaixo da ira de Deus são entregues a si mesmos pela escolha deliberada que fizeram de rejeitar o conhecimento de Deus e de se entregar a toda sorte de idolatria e devassidão; além disso, terão de suportar por toda a eternidade a manifestação plena do furor do Deus Todo-Poderoso. 

 

O QUE DEUS FAZ POR NÓS

O evangelho depende das palavras “Mas Deus”. Por que Deus agiu para nos livrar da escravidão da morte, salvando-nos das garras do pecado? O apóstolo traz duas respostas.

Em primeiro lugar, porque Deus é "rico em misericórdia" (2:4). Por natureza, Deus é amor. Mas o amor de Deus na relação com os pecadores transforma-se em graça e misericórdia. Deus é rico em misericórdia e em graça, e essas riquezas tornam possível a salvação do pecador. Somos salvos pela misericórdia e pela graça de Deus. Tanto a misericórdia como a graça vêm a nós por meio do sacrifício de Jesus Cristo na cruz. Foi no Calvário que Deus demonstrou seu repúdio ao pecado e seu amor pelos pecadores.

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Paulo não só fala sobre a nossa salvação, mas fala também sobre a motivação de Deus em nos salvar e enumera quatro palavras: amor, misericórdia, graça e bondade. Ao ressuscitar a Cristo, Deus demonstrou a suprema grandeza de seu poder (1.19,20), e ele, ao nos salvar, demonstrou a suprema riqueza de sua graça (2.7).1,5

Em segundo lugar, "por causa do grande amor com que nos amou" (2:4). Por natureza, "Deus é amor" (1 João 4:8). Mas Deus amaria mesmo que não houvesse pecadores, pois o amor faz parte do seu ser. O amor é um dos atributos divinos. No entanto, Deus apresenta dois tipos de atributos: aqueles que possui de per si (atributos intrínsecos, como a vida, o amor e a santidade) e aqueles por meio dos quais se relaciona com sua criação, especialmente com o ser humano (atributos relativos). Por exemplo: Deus é, por natureza, verdade, mas quando se relaciona aos seres humanos, a verdade de Deus transforma-se em fidelidade. Deus é, por natureza, santo; mas, em relação ao homem, essa santidade torna-se justiça.  É o amor de Deus que faz com que ele em sua misericórdia deixe de nos dar aquilo que merecemos; e em sua graça, nos dê aquilo que não merecemos. E tudo isso é possível por causa da morte de Jesus Cristo na cruz. 

Os versículos 5 e 6 descrevem três coisas que Deus já faz por nós em Cristo Jesus. 

1. Deus “nos deu vida juntamente com Cristo”. Isso significa que nos deu vida, mesmo quando estávamos mortos em pecados. Realizou essa ressurreição espiritual pelo poder do Espírito, por meio da Palavra. 

2. Deus, “juntamente com Ele [Cristo], nos ressuscitou”. Entendemos que, pela morte de Jesus, morremos com ele para, em sua ressurreição, com Ele ressuscitarmos. Essa nossa ressurreição é espiritual, pois indica a nova vida recebida. Pela cruz morremos para o pecado, e pela ressurreição ganhamos nova vida em Cristo Jesus.

3. Deus “nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus”. Não fomos ressuscitados dentre os mortos e abandonados no cemitério. Uma vez que fomos unidos com Cristo, também fomos exaltados com ele e compartilhamos de seu trono nos lugares celestiais. Em termos físicos, estamos na Terra, mas, em termos espirituais, estamos "nos lugares celestiais em Cristo Jesus".

Paulo prosseguiu dizendo por que Deus fez tudo isto: “para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus” (2:7).

 

SOMOS SALVOS PELA GRAÇA

Os versículos 8 a 10 confirmam a salvação unicamente pela graça. A salvação é um presente, não uma recompensa. Certa feita, perguntaram a uma mulher romana: “Onde estão as suas joias?” Ela chamou seus filhos e, apontando para eles, disse: Eis aqui as minhas joias”. Assim também, ao longo de toda a eternidade, os redimidos serão exibidos como monumentos da maravilhosa graça de nosso amorável Senhor que nos resgatou do poço de destruição e nos soergueu às alturas da bem-aventurança celestial, e efetuou tudo isso por um preço tal, arrancado de si mesmo, que não poupou a seu próprio Filho, e de uma forma tal que nem sequer um de seus atributos – nem ainda sua justiça – foi eclipsado.  Somos as joias preciosas de Deus. Somos os troféus da sua graça. Para reforçar a declaração positiva de que fomos salvos somente pela graça de Deus por meio da confiança em Cristo, Paulo acrescentou duas negações que se equilibram. A primeira é: “E isto não vem de vós, é dom de Deus” (2.8b); a segunda é: “Não vem das obras, para que ninguém se orgulhe” (2.9). 

A salvação não pode ser pelas obras, porque a obra da salvação já foi plenamente realizada por Cristo na cruz (João 19:30). Não podemos acrescentar mais nada à obra completa de Cristo. Agora não existe mais necessidade de sacrifícios e rituais. Fomos reconciliados com Deus. O véu do templo foi rasgado. Pela graça, somos salvos. Tanto a fé como a salvação são dádivas de Deus. 

A salvação é pela graça, mas também “por meio da fé”. É a graça que nos salva pela instrumentalidade da fé. É bem conhecida a expressão usada por Calvino: “A fé traz a Deus uma pessoa vazia para que se possa encher das bênçãos de Cristo”.  É muito importante ressaltar que Paulo não está falando de qualquer tipo de fé. A questão não é a fé, mas o objeto da fé. Não é fé na fé. Não é fé nos ídolos. Não é fé nos ancestrais. Não é fé na confissão positiva. Não é fé nos méritos. É fé em Cristo, o Salvador!

 

A OBRA DE DEUS POR NOSSO INTERMÉDIO.

O apóstolo Paulo diz: “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus” (v. 10). A palavra grega para “feitura” é poiema, que quer dizer “poema”. Somos a obra de arte de Deus, a obra-prima do Todo-Poderoso. A salvação é a nova criação de Deus. Não criamos a nós mesmos. Não produzimos vida em nós mesmos. A salvação é uma obra exclusiva de Deus por nós e em nós. Deus está trabalhando em nós. Ele ainda não terminou de escrever o último capítulo da nossa vida. Seu propósito eterno não é só nos levar para a glória, mas nos transformar à imagem do Rei da glória. 

Fomos “criados em Cristo Jesus para as boas obras, previamente preparadas por Deus para que andássemos nelas” (v. 10). Não fomos salvos pelas boas obras, mas para as boas obras. É só pela fé que somos justificados, mas a fé que justifica jamais vem sozinha. Não somos salvos pela fé acrescida de obras, mas sim por uma fé operante. O fato é que, embora as boas obras não sejam meritórias, todavia são tão importantes que Deus nos criou a fim de que as praticássemos. Assim dizia um professor meu “Da mesma forma que é impossível alguém ser salvo por praticar boas obras, também é impossível um salvo não praticá-las”. A salvação é uma obra monergística de Deus. Em relação à salvação, as obras são o resultado, não a causa. Nossas obras não nos levam para o céu, mas levamos nossas boas obras para o céu (Apocalipse 14:13).

Paulo fala sobre as obras que são resultado da salvação. Elas têm duas características: Em primeiro lugar, elas são boas obras. Elas são boas em contraposição às obras inspiradas pelo diabo, pelo mundo e pela carne (v. 2,3). Essas obras não devem ser vistas em nós para nossa exaltação, mas para a glória de Deus (Mateus 5:16). Em segundo lugar, elas são previamente preparadas por Deus. Enquanto o descrente anda segundo o curso deste mundo, o cristão anda nas boas obras que Deus preparou para ele de antemão. Isso quer dizer que Deus tem um plano para nossa vida e que podemos realizar, em vida, esse plano que Deus traçou para nós. 

 

CONCLUSÃO

Nenhuma força em toda a criação que tem o poder de fazer as mudanças que Paulo abordou em nosso texto de estudo. Os nossos melhores esforços não podem remediar a nossa condição depravada. Independentemente de quão inteligente sejamos, quão talentosos possamos ser, quão religiosos afirmemos ser, só a graça de Deus pode nos tirar da morte espiritual que enfrentamos. Paulo nos dá esperança. Se estamos em Jesus Cristo, nós que estávamos mortos, agora estamos vivos. Éramos impuros mas agora fomos purificados pelo sangue do Cordeiro. Éramos inimigos de Deus e objetos da ira divina, mas agora perdoados, podemos ser chamados de filhos e amigos de Deus. Por seu amor, Deus nos salvou. Ele levantou-nos. Ele recriou-nos. E ele nos deu uma esperança – um futuro garantido! 

O mesmo poder que nos tirou da sepultura e nos deu vida espiritual pode, agora, santificar nossa vida para que possamos ser um belo poema para Deus! Deus trabalha em nós antes de trabalhar por nosso intermédio. Deus trabalhou oitenta anos em Moisés para usá-lo por quarenta anos. Deus trabalhou em José antes de levá-lo ao trono do Egito. Deus treinou Davi no deserto antes de pô-lo no trono de Israel. O poema de Deus, que é a nossa vida, ainda está sendo escrito.

 

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