Muitos acreditam que o Ioga trata-se apenas de uma série de exercícios físicos, de postura e/ou respiratórios, a fim de se alcançar um estado de saúde, paz mental, flexibilidade corporal e melhor disposição física. Porém, trata-se apenas disso? Poderia o Ioga ser praticado por um cristão? Veremos nesse estudo razões pelas quais a resposta é “não” para ambas as perguntas.
Uma Falsa Origem
Imagens de pessoas sentadas em diversas posições do Ioga foram encontradas em sinetes no vale do Indo (atual Paquistão). A civilização do vale do Indo data do terceiro e segundo milênios antes de Cristo, perto do período da cultura mesopotâmica. Para os hindus, as figuras são representações do deus Shiva, um dos deuses supremos, conhecido também como o “destruidor e regenerador” da energia vital, e considerado o “criador do Ioga”.
Embora suas origens remontem há 5 mil anos, por muito tempo os princípios foram transmitidos por tradição oral. O Ioga foi colocado por escrito nos antigos textos hindus conhecidos como Vedas (e depois nos Upanishades). Patañjali compilou e codificou todo o conhecimento do Ioga na obra “Ioga Sutra”, o texto de maior autoridade sobre o assunto, reconhecido por todas as suas escolas. Patañjali apontou 8 vias que guiam as práticas do Ioga, da ignorância à “iluminação” ou união com Brahman. São estas: o autocontrole (yama), a prática religiosa (niyama), posturas (asana), exercícios de respiração (pranayama), controle dos sentidos (pratyahara), concentração ou controle mental (dharana), contemplação profunda (dhyana) e iluminação (samadhi).
Um Falso Conceito de Deus
O Ioga envolve uma visão panteísta sobre Deus. Essa é a visão na qual “Deus e o mundo são um”. No Hinduísmo existe uma realidade única, e todos nós somos parte dessa realidade. Todo o resto é ilusão (Maya). Em outras palavras, o universo é entendido como uma energia eterna, onde todos os indivíduos ou coisas que existem são a sua extensão. Uma vez que tudo é Deus, a filosofia do Ioga não faz distinção entre o homem e Deus. Muitos praticantes de Ioga utilizam o Namastê, cumprimento sânscrito que significa que o “deus” que está em mim saúda o “deus” que está em você.
A visão cristã apresenta Deus como um ser eterno, pessoal, onipotente, onisciente e onipresente, uno e triúno (Pai, Filho e Espírito Santo). A criação é distinta e dependente de Deus para a sua existência. (Para mais informações sobre o conceito bíblico de Deus, veja A Triunidade)
Uma Falsa Motivação
A palavra Ioga deriva do sânscrito “yuj” (“união”). O objetivo do Ioga é unir o “eu transitório” (temporal, “jiva”), com o “eu eterno” infinito (“Brahman”), o conceito hindu de Deus. Patañjali definiu o Ioga como “um esforço metódico para alcançar a perfeição, por meio do controle dos diversos elementos da natureza humana, físicos e psíquicos”. Ioga não se trata então apenas de um conjunto de posturas e exercícios físicos. Ela é uma disciplina espiritual que busca levar a alma ao “samadhi” (iluminação), um estado em que o natural e o divino se tornam um, sem diferenças entre si. O processo é alcançado por meio de concentração, profunda meditação e determinadas posturas.
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Enquanto o Ioga ensina a pessoa a se concentrar em si mesma, a Bíblia nos ordena a nos voltarmos ao único Deus verdadeiro, em fé e arrependimento de nossos pecados. O Ioga encoraja a busca de respostas dentro da própria consciência humana, e não na autoridade absoluta da Palavra de Deus. Enquanto ensina o “esvaziamento” da mente, a Bíblia nos ordena o seu “preenchimento”.
“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.” (Salmos 1:1-2)
Uma Falsa Visão do Bem e do Mal
No Hinduísmo, do qual o Ioga é derivado, como tudo é parte da mesma essência divina, o bem e o mal são ilusórios (Maya) e, portanto, inexistentes. Para o Cristianismo, o pecado é transgressão da lei de Deus (1 João 3:4) e o abandono do único e verdadeiro bem. O cristão não pode negar a existência do mal no universo, pois ele é justamente a razão pela qual necessitamos de um Salvador (veja Pecado e Salvação e A Ressurreição de Jesus).
“Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis. Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado; se não é que crestes em vão. Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (1 Coríntios 15:1-4)
Uma Falsa Perspectiva sobre a Morte
O karma (“obra” ou “ação”) é a força “invisível” que emana de todos os atos humanos. Esta energia torna a alma prisioneira de um corpo, obrigando-a a novos renascimentos (reencarnação). Contudo, a Bíblia ensina que “aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo” (Hebreus 9:27). Veja os artigos A Bíblia ensina a reencarnação?, Os primeiros cristãos acreditavam em reencarnação? e Os judeus do tempo de Jesus acreditavam em reencarnação?.
Conclusão
Dave Fetcho, reconhecido investigador sobre Ioga, assinala que a filosofia oriental é inseparável da prática do Ioga: “O ioga físico, segundo sua definição clássica, é intrínseco e funcionalmente incapaz de ser separado da metafísica das religiões orientais. O praticante ocidental que tentar fazer isto está fazendo com ignorância e em perigo, tanto do ponto de vista do iogue como do ponto de vista cristão.” (Ioga, 725:2)
Para os que buscam o Ioga por motivos de saúde, há outras opções disponíveis que permitem não se envolver com os conceitos e perigos do ocultismo. De acordo com as palavras do Dr. George Alexander, professor de Estudos Interculturais na Biola University, “por que você se envolveria com uma filosofia religiosa que contradiz a fé cristã para fazer bem ao seu corpo?”
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