Richard Dawkins, zoólogo britânico e conhecido defensor militante do ateísmo (seu livro Deus, um delírio fornece uma demonstração de seu ódio pela religião) afirma: “A fé é a grande escapatória, a grande desculpa para se fugir à necessidade de pensar e avaliar as evidências. A fé é acreditar ‘apesar de’, e até talvez precisamente ‘por causa’ da falta de provas.” A fé em Deus ou na Bíblia é muitas vezes associada com fanatismo religioso, apego à ignorância e cegueira para com as descobertas da ciência. Mas isso é de fato assim?
Embora Dawkins e outros façam essas associações, a Bíblia não é contra a Ciência ou a busca por respostas científicas e fundamentadas. Deus nos ordena a arrazoarmos com Ele (Isaías 1:18), a examinarmos todas as coisas (1 Tessalonicenses 5:21), a fazermos perguntas aos animais (Jó 12:7-9) e a observarmos os lírios (Mateus 6:26). Salomão, com a sabedoria dada por Deus a ele, “discorreu sobre todas as plantas (...); também falou dos animais e das aves, dos répteis e dos peixes” (1 Reis 4:33). Ao invés de Deus desejar barrar nosso acesso à informação, Cristo “é a chave que abre todos os tesouros escondidos do conhecimento e da sabedoria que vem de Deus” (Colossenses 2:3 NTLH).
Vamos conhecer nesse estudo um pouco sobre alguns homens que possuíam fé íntegra na mensagem da Palavra de Deus (incluindo a mensagem da Criação de Gênesis), e que (em muitos casos, motivados justamente por essa fé) fizeram grandes descobertas ou deram início a diversos ramos da Ciência.
Nicolau Copérnico (1473-1543): astrônomo e matemático polonês; desenvolveu a teoria heliocêntrica do Sistema Solar, a qual é tida como uma das mais importantes hipóteses científicas de todos os tempos.
Galileu Galilei (1564-1642): físico, matemático, astrônomo e filósofo italiano; teve importância fundamental na revolução científica; desenvolveu os primeiros estudos sistemáticos do movimento uniformemente acelerado e do movimento do pêndulo; descobriu a lei dos corpos e enunciou o princípio da inércia e o conceito de referencial inercial.
Johannes Kepler (1571-1630): astrônomo e matemático alemão; foi figura-chave da revolução científica do século XVII. Formulou as três leis fundamentais da mecânica celeste, conhecidas como Leis de Kepler.
Blaise Pascal (1623-1662): físico, matemático, filósofo e teólogo francês; contribuiu para a criação de dois novos ramos da matemática: a Geometria Projetiva e a Teoria das probabilidades. Em Física, estudou a mecânica dos fluidos, e esclareceu os conceitos de pressão e vácuo.
Robert Boyle (1627-1691): filósofo natural, químico e físico irlandês; se destacou pelos seus trabalhos no âmbito da física e da química. Dentre suas descobertas estão: a lei dos gases que tem seu nome, o enxofre, um melhoramento da máquina de Otto von Guericke, a ‘bomba de ar’ ou ‘bomba de vácuo’, um melhoramento do termômetro de Galileu, o abaixamento do ponto de ebulição dos líquidos no vácuo, a acetona, o isolamento do hidrogênio, a prova que o ar é uma mistura, entre outras.
Nicolaus Steno (1638-1686): bispo católico dinamarquês e cientista pioneiro nos campos da anatomia e da geologia; propôs os três princípios básicos da estratigrafia.
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Isaac Newton (1643-1727): físico e matemático inglês, embora tenha sido também astrônomo, alquimista, filósofo natural e teólogo. Sua obra Philosophiae Naturalis Principia Mathematica é considerada uma das mais influentes na história da ciência; descreve a lei da gravitação universal e as três leis de Newton, que fundamentaram a mecânica clássica. Em uma pesquisa promovida pela Royal Society, Newton foi considerado o cientista que causou maior impacto na história da ciência. Seu livro ‘Observações Sobre as Profecias de Daniel e o Apocalipse de São João por Sir. Isaac Newton’ testifica de sua fé na inspiração e cumprimento das profecias bíblicas.
Carlos Lineu (1707-1778): botânico, zoólogo e médico sueco, criador da nomenclatura binomial e da classificação científica, sendo assim considerado o ‘pai da taxonomia moderna’. Lineu era o botânico mais reconhecido da sua época, sendo também conhecido pelos seus dotes literários.
Georges Cuvier (1769-1832): um dos mais importantes naturalistas da primeira metade do século XIX, tendo desenvolvido métodos e programas de pesquisas para várias áreas da História Natural; formulou as leis da Anatomia Comparada, que possibilitaram as reconstruções paleontológicas.
Michael Faraday (1791-1867): físico e químico inglês; estudou os fenômenos da eletricidade, eletroquímica e do magnetismo, e fez diversas outras contribuições muito importantes na física e na química. Foi um dos primeiros a estudar as conexões entre eletricidade e magnetismo.
Louis Pasteur (1822-1895): cientista francês, cujas descobertas tiveram enorme importância na história da química e da medicina. É lembrado por suas notáveis descobertas das causas e prevenções de doenças. Seus experimentos deram fundamento para a teoria microbiológica da doença. Foi mais conhecido do público em geral por inventar um método para impedir que leite e vinho causem doenças, um processo que veio a ser chamado pasteurização.
Gregor Mendel (1822-1844): monge agostiniano, botânico e meteorologista austríaco; formulou as leis da hereditariedade, conhecidas na Genética como Leis de Mendel, que regem a transmissão dos caracteres hereditários. É conhecido como ‘Pai da Genética’ atualmente.
James Clerk Maxwell (1831-1879): físico e matemático britânico; mais conhecido por ter dado a sua forma final à teoria moderna do eletromagnetismo, que une a eletricidade, o magnetismo e a óptica.
Esta é apenas uma pequena amostra de uma quantidade maior de nomes que poderia ser enumerada. Nancy Pearcey e Charles Thaxton, em seu livro A Alma da Ciência (Editora Cultura Cristã), analisam as bases que a fé cristã ofereceu para o desenvolvimento da ciência moderna. “O tipo de pensamento conhecido hoje em dia como científico, com sua ênfase na experimentação e formulação matemática surgiu numa cultura específica – a da Europa Ocidental – e em nenhuma outra.” “Os mais diversos estudiosos reconhecem que o Cristianismo forneceu tanto os pressupostos intelectuais quanto a sanção moral para o desenvolvimento da ciência moderna.” “Os cientistas que viveram do século 16 até o final do século 19 viveram num universo muito diferente daquele no qual vive o cientista de hoje. (...) Sua motivação para estudar as maravilhas da natureza era o ímpeto religioso de glorificar o Deus que as havia criado.”
A Bíblia aponta que o Deus criador de todas as coisas é um Deus de ordem, organização, racionalidade, lógica e imutabilidade. Assim, os primeiros cientistas foram pessoas que procuravam glorificar a Deus, procurando os princípios e leis imutáveis pelos quais esse Deus havia estruturado essa criação. O profeta Jeremias já havia referido as ‘leis fixas’ que Deus estabeleceu para o céu e a terra (Jeremias 33:25-26):
“Assim diz o Senhor: ‘Se a minha aliança com o dia e com a noite não mais vigorasse, se eu não tivesse estabelecido as leis fixas do céu e da terra,
então eu rejeitaria os descendentes de Jacó e do meu servo Davi, e não escolheria um dos seus descendentes para que governasse os descendentes de Abraão, de Isaque e de Jacó. Mas eu restaurarei a sorte deles e lhes manifestarei a minha compaixão.’”